Furacão Gabrielle: evolução e possíveis impactos em Portugal Continental
Situação atual
O furacão Gabrielle mantém-se um sistema de grande intensidade no Atlântico e segue em direção ao arquipélago dos Açores. A sua trajetória aponta para uma passagem próxima entre quinta-feira à noite e sexta-feira e tudo indica que vai chegar ainda como Furacão.
Nos Açores, são esperadas rajadas de vento muito fortes, que podem atingir 120 a 150 km/h, sobretudo nos grupos Ocidental e Central. O mar também sofrerá grande agitação, com ondas entre 8 e 10 metros, podendo alcançar máximos de 14 a 18 metros em mar aberto. A isto soma-se a precipitação por vezes forte, capaz de gerar situações de cheias rápidas em algumas ilhas.

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Portugal Continental
Após atravessar os Açores, Gabrielle deverá enfraquecer gradualmente ao encontrar águas mais frias, mas poderá, já em fase extratropical, influenciar o tempo em Portugal Continental.
Os cenários mais prováveis para o fim de semana e início da próxima semana incluem:
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Agitação marítima forte na Costa Ocidental e Costa Norte, com ondulação longa de oeste/noroeste;
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Vento moderado a forte, em especial no litoral e nas terras altas;
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Períodos de chuva por vezes intensa, em especial no Norte e Centro, embora a distribuição geográfica e intensidade ainda apresentem incerteza.
Mesmo num cenário mais afastado, a influência indireta de Gabrielle deverá sentir-se pelo menos através da agitação marítima.
Risco acrescido nas áreas ardidas
Um dos principais desafios prende-se com as áreas recentemente afetadas por incêndios. O solo queimado tem menor capacidade de infiltração e pode tornar-se hidrofóbico, favorecendo o escoamento superficial. Assim, mesmo chuvas de curta duração podem originar:
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Cheias rápidas em ribeiras de montanha;
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Fluxos de lama e detritos em encostas instáveis;
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Arrastamento de cinzas para linhas de água, com impactos ambientais;
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Derrocadas em taludes junto a estradas e povoados.
Recomendações
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Acompanhar a evolução das previsões oficiais e os avisos meteorológicos.
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Evitar deslocações junto à orla costeira durante os períodos de maior agitação marítima.
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Reforçar a atenção a linhas de água e encostas nas zonas recentemente queimadas.
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Manter limpos os sistemas de drenagem e grelhas pluviais.
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Estar atento a informações locais de proteção civil e bombeiros.